quinta-feira, maio 31, 2007

«Edmundo, eu não sou seu tio, eu...», «sim?», «eu...», «sim?», «eu sou seu trigémeo!»



Depois daquela época dourada do boom das telenovelas brasileiras que punham famílias inteiras, à mesma hora, quedas e mudas, suspensas de um «eu te amo», de um «Agostinho, eu sou seu irmão», ou «sua víbora, você não tinha o direito» seguido de bofetada, alguns de nós terão julgado que a coisa já dera o que tinha a dar, que atingira o ponto de saturação e que mais ninguém já tinha paciência para mastigar oitocentos e noventa e quatro episódios de faca e alguidar de plástico.

Mas não: faltava o boom do género produzido em Portugal, ao qual a «Vila Faia» deu o mote (lembram-se do Goodunha?) e os «Morangos com Açúcar» o pleno da popularidade. É de telenovelas que vamos falar hoje, e connosco estará uma das caras novas mais conhecidas do meio, Diana Chaves.

Quanto a vocês, gostaríamos de saber a relação que têm com as telenovelas, se acompanham alguma diariamente, se vão lá espreitar só de vez em quando para verem as curvas de determinada moça, o cabedal de determinado moço, se discutem os enredos no café, se esbofeteariam o mau da história caso se cruzassem ocasionalmente com ele nalguma banca de melões e cerejas à borda da estrada nacional; e se, para fazê-lo, largariam com delicadeza o melão que estavam a apalpar ou simplesmente o deixariam cair, num ímpeto furioso, «ah, malandro, que o que tu andas a tramar contra a boa e singela Lisete é uma safadeza sem igual». Por outro lado: orgulham-se das telenovelas que vêem?, ou fartam-se de dizer que são uma pirosice, sempre a mesma coisa, mas às escondidas vão lá espreitar e chegam inclusive a verter uma lágrima, quando os quadrigémeos, desencontrados ao longo de dezassete mil oitocentos e vinte e nove episódios, finalmente se encontram e abraçam e choram e organizam uma peladinha, dois para cada lado e quem chegar primeiro aos vinte ganha um presunto e uma malga de mousse de chocolate caseira (nada daquelas instantâneas que só levam água)?

Comentem e perguntem, caixa de comentários do blogue, 800 25 33 33 à disposição – a partir das 19 com Fernando Alvim (cafajeste, você nunca me amou) e Cátia Simão (me abraça, eu não sou uma múmia qualquer... sou... sou, snif... sou sua tetravó).

quarta-feira, maio 30, 2007

Give'em Five!



Nuno Gervásio nasceu em 1975, no remoto sítio do Coimbrão, arredores de Leiria, numa casa que, supomos nós, teria um bidé particularmente inspirador porque foi a partir dele, da sua actividade quotidiana de lava-pés e outras partes menos dizíveis, que começou a observar e a escrever sobre as idiossincrasias do mundo num blogue com o nome exacto da dita loiça sanitária, que mais tarde daria um livro, Leituras de Casa de Banho, editado pela Palavra.

Continuou a escrita de humor, desta vez noutros suportes, criando textos para stand-up comedy e guiões para televisão (SIC Radical e a extinta SIC Comédia).

Neste ano da graça de 2007 deu à estampa o seu segundo livro, também pela Palavra, de nome Give ‘em Five!, que será o objecto da nossa conversa de hoje.

Uma sinopse: « Esqueça os e-mails e a simples pesquisa de conteúdos, o que está a dar é o voyeurismo cibernético, fazer amigos, encontrar almas gemeas, discutir temas e deixar comentários. Se a Internet é a janela aberta para o mundo, hi5, Orkut, MySpace, Facebook, Tagged e aSmallWorld permitem-lhe despir-se, mostrar-se, exibir-se em frente a todos os que estiverem interessados em observá-lo. A editora Palavra desafia o leitor a entrar no ecrã e a conhecer melhor estes espaços cibernéticos de relacionamento, os seus utilizadores, os encontros e desencontros, as histórias reais.»

Ora então, deixemo-nos de coisas, de falsos pudores, e contem-nos lá a vossa lida de hifivianos, como se movem lá dentro, o que procuram, o que vos atrai, exponham aqui o vosso voyeurismo, pequenas histórias de pessoas que conheceram através do hi five e meios similares, que na realidade deram agradáveis surpresas (a foto nem parecia grande espingarda) ou redundaram em sapos ou sapas – quando a foto prometia príncipes ou princesas? Hum?

O telefone é o 800 25 33 33 e leremos as melhores histórias postadas na caixa de comentários. A partir da 19, com Fernando Alvim e Xana Alves.

terça-feira, maio 29, 2007

A Prova Oral do Século



Jorge Silva Melo é Cineasta, actor, encenador, dramaturgo, co-fundador do teatro da Cornucópia, director dos Artistas Unidos, cronista – e viveu no século passado (embora viva ainda neste, claro, não trazemos espectros à Prova Oral: têm a mania de artistas e não dizem nada de jeito), tal como quase todos nós, a não ser que tenhamos menos de sete aninhos.

Viveu e viveu muito intensamente, vida essa da qual fez crónica, crónicas, muitas crónicas, seiscentas páginas delas no volume que edita agora pela Cotovia e ao qual chamou – caramba, ele há coincidências – Século Passado.

«E, pela leitura, atravesse-se o país desde os anos 50, o Portugal apertadinho, em que as revistas de cinema, com fotografias e resumos, eram o seu telescópio de menino para o mundo, enquanto comia uma bola-de-berlim da leitaria do Senhor Aires: Eu gostava de tudo, dos Hércules no São Jorge, de uns policiais alemães com o Peter van Eyck no Roma, do fantástico 'Guerra e paz' de King Vidor, gostava era do cinema, de comprar o bilhete, receber o programa, ouvir o gong e ali ficar, entre aventuras de piratas e dramas de amor, pensando que iria ser assim, desmesurada, a minha vida adulta e o grande amor

«É da homenagem a muitos seus contemporâneos que Jorge Silva Melo quer que as Memórias se façam; e nessa humildade de se encarar como mero figurante, o rapaz que assiste à vida lá do 2º balcão (nunca nos libertamos da adolescência, não é?), está uma das lições deste livro a todos os títulos comovente: a consciência de que há gestos inaugurais que são absorvidos pela época que os suscitou, e que essa injustiça do presente nos pode calhar a nós.»

Portugal apertadinho dos anos 50, onde quase nada havia e o pouco que havia cheirava ao mofo da censura – e o que escapava, um livro trazido clandestinamente de fora, uma viagem aos respiradouro exterior, um filme visto lá, tinha o sabor acrescido pela raridade. Estará a fartura dos dias de hoje a estragar-nos o paladar?; quero dizer: conseguirá esta geração saborear devidamente um cd, por exemplo, quando os tem todos à disposição, sem censuras (ou quase, que o pudor higiénico do politicamente correcto começa a galgar terreno), às vezes à mera distância de um clique pirata? (um amigo confidenciou-me que «já não oiço música porque estou muito ocupado a procurá-la na net e a fazer os downloads»). Que relação tem o cronista da memória com aquela nostalgia do género «no meu tempo é que era bom»?; como vê Jorge Silva Melo a avalanche cultural dos dias de hoje, onde o trigo e o joio são servidos no mesmo pacote – e que nem sempre a atenção do público parece treinada ou interessada em separar uma coisa da outra?; será esta uma geração come-tudo-o-que-lhe-dão?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa do blogue, a partir das 19, com Fernando Alvim e Marta Macara.

segunda-feira, maio 28, 2007

Façamos



Falemos então de sexo – finalmente. E mais do que de sexo: de sexualidade. Ou melhor, de sexualidades, porque cada um tem a sua – e a sua maneira pessoalíssima e intransmissível de a viver.

Isabel Freite, será a nossa convidada. É Licenciada em Filosofia, pela Universidade Nova de Lisboa, fez a Formação Geral do CENJOR (Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas) tendo estagiado no jornal Público. A convite da companhia Focus, escreve Damas d’ Ama, um texto dramático sobre as «catorzinhas» da Lisboa «morena», inspirado num trabalho de campo junto da comunidade luso-africana dos bairros 6 de Maio, Estrela d’ África, Cova da Moura (Amadora) e Moinho das Rolas (Oeiras). Actualmente, trabalha como jornalista freelancer desde 2005, com reportagens assinadas na imprensa escrita portuguesa (Visão, Única, Grande Reportagem, Ed. e Juvenil).

Entretanto, acabou de editar Fantasias Eróticas , pela Esfera dos Livros – basear-se-á nesse livro a nossa conversa.

Sinopse: «Com coragem e sem vergonha, as mulheres portugueses despem-se de preconceitos e revelam aqui as suas fantasias sexuais. Da sua relação com o corpo, com o desejo, à forma como sentem prazer. Contam as mil e uma noites da sua adolescência e idade adulta, recordam sonhos e fantasias, receios e valentias, desaires e ilusões, embaraços e convicções. Sempre na primeira pessoa, sem receios de críticas e julgamentos. Para estas mulheres, o sexo é público ou privado, com um parceiro de longa data ou um simples desconhecido, a três ou por troca de parceiros, ao ar livre, na igreja, lésbico, dominante ou dominador, exibicionista ou voyeur.»

Como evoluímos nós, em matéria de preconceitos relacionados com a sexualidade?; estará a sociedade actual a caminhar do oito para o oitenta?, ou seja, a deixar de esconder tudo para mostrar tudo?; há diferença entre tabus e segredos?; tenderemos a confundir erotismo com pornografia?; amanhã vai chover outra vez?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa do blogue, a partir das 19, com os eróticos e heróicos Fernando Alvim e Sílvia Batista.

PS: em jeito de bónus, e também para mostrar de onde veio o título do post, deixo-vos a letra de Chico Buarque para um clássico de Cole Porter, «Let's Do It», aqui metamorfoseado em «Façamos (vamos amar)». É uma delícia, ora leiam:

Os cidadãos no Japão fazem
Lá na China um bilhão fazem
Façamos vamos amar

Os espanhóis, os lapões fazem
Lituanos e letões fazem
Façamos vamos amar

Os alemães em Berlim fazem
E também lá em bom
Em Bombaim fazem
Os hindus acham bom
Nisseis, níqueis e sansseis fazem
Lá em São Francisco muitos gays fazem
Façamos vamos amar

Os rouxinóis nos saraus fazem
Picantes pica-paus fazem
Façamos vamos amar

Uirapurus no Pará fazem
Tico-ticos no fubá fazem
Façamos vamos amar

Chinfrins, galinhas afim fazem
E jamais dizem não
Corujas sim fazem, sábias como elas são
Muitos perus todos nus fazem
Gaviões, pavões e urubus fazem
Façamos vamos amar

Dourados no Solimões fazem
Camarões em Camarões fazem
Façamos vamos amar

Piranhas só por fazer fazem
Namorados por prazer fazem
Façamos vamos amar

Peixes elétricos bem fazem
Entre beijos e choques
Cações também fazem
Sem falar nos hadoques
Salmões no sal em geral fazem
Bacalhaus no mar em
Portugal fazem
Façamos vamos amar

Libélulas em bambus fazem
Centopéias sem tabus fazem
Façamos vamos amar

Os louva-deuses com fé fazem
Dizem que bichos de pé fazem
Façamos vamos amar

As taturanas também fazem
com um ardor incomum
Grilos meu bem fazem
E sem grilo nenhum
Com seus ferrões os zangões fazem
Pulgas em calcinhas e calções fazem
Façamos vamos amar

Tamanduás e tatus fazem
Corajosos cangurus fazem
Façamos vamos amar

(Lá vem com a mãe)
Coelhos só e tão só fazem
Macaquinhos no cipó fazem
Façamos vamos amar

Gatinhas com seus gatões fazem
Tantos gritos de ais
Os garanhões fazem
Esses fazem demais
Leões ao léu, sob o céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel fazem
Façamos vamos amar
Façamos vamos amar

sexta-feira, maio 25, 2007

«Mãe! Entrei na Universidade!»; «Está bem, mas agora acaba de comer a sopa.»



Qualquer estudante ou ex-estudante universitário recorda, com certeza, o friozinho na barriga que o assaltou naquele distante mês de Maio, quando frequentava o 12º ano e se aproximava a passos largos toda a saga de exames necessários para concorrer ao ensino superior, chamassem-se eles provas globais, de aferição, específicas ou o diabo.

A Prova Oral de hoje será, pois, dedicada a todos os que, de alguma forma, estão agora a passar por isso - não só alunos, mas também pais com filhos à beira de entrar para a universidade, ou que por lá já andam, ou que de lá acabaram de sair. Para a conversa, convidámos Rogélia Candeias, directora da Fórum Estudante , e Laura Alves, jornalista.

Expectativas, custos, cursos, saídas profissionais, frustrações mais comuns, casos de sucesso, itens a ponderar, idas para o exterior e tudo o que quiserem saber - entrem na conversa via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue.

A partir das 19 com a Magnífica Marisa Jamaica e o Jubilado Fernando Alvim.

quinta-feira, maio 24, 2007

Poooooooortooo



De facto, não se pode falar sempre de sexo, sexo e mais sexo porque sexo, sexo, assim muito muito muito sexo, caramba, também enjoa - por isso, hoje, vamos variar e o tema é futebol.

Mote: o FCP, como devem estar lembrados - estão, não estão? - ganhou o campeonato. Convidado: o portista Álvaro Costa. E não digo mais nada - de repente fiquei indisposto (foi do bacalhau com natas do jantar, com certeza).

Às 19 abrimos as portas do 800 25 33 33, mas podem vir mais cedo, via caixa de comentários - e atenção ao fair play. Preço especial para sócios da Prova Oral. Com Rita Amado e o benfiquista Fernando Alvim que, desportista como é, não encherá de sal o copo de água do convidado. Pronto, talvez uma pitadinha - mas só para dar sabor.

quarta-feira, maio 23, 2007

II Encontro de Alternativas em Sintra



Realizar-se-á nos próximos dias 25, 26 e 27 de Maio o II Encontro de Alternativas em Sintra , «o encontro de um grupo de pessoas que através de diversas artes e sabedorias vivem e praticam uma forma alternativa de vida e que por sua vez partilham o seu sentir e saber com a comunidade, dando assim o seu contributo para o desenvolvimento humano.
Esta II edição conta com inúmeros espectáculos de música e teatro, animação teatral e circense permanente, palestras variadas, massagens e workshops que abrangem todas as áreas. Existirá uma área onde estarão dispostas as Associações Culturais e de Desenvolvimento Humano, bem como artesanato e venda de produtos biológicos de todos os tipos. A cozinha vegetariana estará permanentemente ao dispor do público com uma deliciosa e apelativa ementa. Todos os preços praticados serão pelo mínimo possível, afim de ser viável a todos o usufruto do que pretendemos oferecer.»

Connosco, para falar não só deste encontro específico mas também da importância da promoção de estilos de vida alternativos ao bulício citadino e ao bife-com-batatas-fritas, estará Maria João Raposo (da parte da Câmara Municipal de Sintra), Tila Barracosa (Responsável pela Organização do Encontro) e Rui Martins (é músico de um projecto de nome «Canela» e praticante de massagem chinesa).

Uma emissão alternativa, hoje, a partir das 19, com Fernando Alvim. Pois sim.

terça-feira, maio 22, 2007

Quem, eu?



Hoje vamos falar de adolescências, para lá das borbulhas e dos pêlos púbicos, e de hipnose clínica com Armândio Fontoura, filósofo, diplomado em hipnose clínica, e que acabou de editar, pela Guerra & Paz, o livro Quem disse que não podias ser tu? :

«Usando a técnica de hipnoterapia "Smile and Shine" ("Sorri ao Sucesso") para "fazer explodir" a autoconfiança dos jovens, este livro aborda em dez capítulos outros tantos temas do mundo adolescente. Parte de uma atitude de irreverência assumida e apoia-se num diálogo de um platonismo moderno, com dois tipos de linguagem: uma adulta, perspicaz e incentivadora; outra jovem, atenta, mas simplificada ao melhor estilo "messenger". Dirigido aos jovens, este livro coloca um adulto em diálogo com um adolescente mostrando-lhe como atingir o bem-estar e a felicidade através de uma técnica de hipnoterapia. O livro ensina técnicas que permitem aos adolescentes melhorar a sua auto-imagem e a auto-estima, fundamentais para a sua realização pessoal.»

Qual a importância da auto-estima no desenvolvimento de adolescências saudáveis; quando começa a auto-estima a galgar as margens da pertinência e a transformar-se em arrogância?; quais os benefícios e os perigos da hipnose? - adolescentes e pais com filhos adolescentes, vinte hoje perguntar e comentar (800 25 33 33, caixa de comentários do blogue); e se a coisa correr bem, ainda terão um bónus impagável: a hipnose ao vivo e em directo do Fernando Alvim.

A partir das 19, com o dito cujo e a Marisa Jamaica (que, de resto, com a sua belíssima voz, não tem feito outra coisa que hipnotizar a audiência).

segunda-feira, maio 21, 2007

Musicoterapia



Hoje vamos falar de musicoterapia com a Prof. Teresa Leite do Pólo do Porto da Associação Portuguesa de Musicoterapia - isto, a propósito do IV Encontro Internacional de Musicoterapia que, a 26 de Maio, decorrerá no Auditório do Parque Biológico de Gaia.

Dado que quase ninguém sabe o que é isto da musicoterapia, em que situações se aplica, que estudos há sobre a sua eficácia, quanto custa, onde se pratica e se poderemos chamar à musicoterapia medicina alternativa, esta vai ser uma Prova Oral de tira-teimas.

Poderei curar uma valente dor de garganta ouvindo em loop uma ária da Medeia pela Maria Callas?; um fado corridinho do Alfredo Marceneiro ajudará a baixar o colesterol?; o Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me dos Smiths prevenirá estados eufóricos (seguido, claro, da participação eslovena no festival da canção, para evitar um sequente suicídio)?; o abuso de Bob Marley pode ser responsável por quebras de concentração e falta de memória (há médicos que defendem que depende do aparelho por onde a música entra: se exclusivamente o auditivo ou também o respiratório)?; ouvir Marco Paulo funciona como tónico capilar?; ouvir a Adelaide Ferreira e Dulce Pontes em dueto é laxante?; a Billie Holiday torna-nos mais felizes?

Perguntas e comentários via 800 25 33 33 e caixa do blogue, a partir das 19 com Fernando Alvim e Cátia Simão.

sexta-feira, maio 18, 2007

Faits-divers



Sobre a nossa convidada de hoje, Manuela Gonzaga, e o seu livro «Meu único, grande amor: casei-me», editado pela Bertrand, diz-nos a nota de imprensa:

«Mergulhando no mundo da edição, da política, da imprensa, do establishment social e do jet-set, do amor e do engate fácil, Manuela Gonzaga cola-se aos modelos e mecanismos do romance rosa ou light, e usa-os numa sátira de mentalidades (e da própria literatura light) mordaz, humorística e inteligente. Fruto de uma observação atenta e perspicaz, esta delirante crónica de costumes em tom e forma de folhetim, corrosiva e cheia de «piscadelas de olho», põe a nu o ridículo do nosso pequeno mundo de consumo e de aparências - dos faits-divers políticos aos meandros intelectuais, passando por toda a gama de lugares-comuns sociais e culturais. Manuela Gonzaga é escritora, jornalista e investigadora. O jornalismo, primeira grande paixão, é para si um ponto de observação privilegiado. Autora de livros de ficção (entre outros, Os Jardins Secretos de Lisboa, que vendeu 3 edições) e ensaio, publicou mais recentemente a biografia de António Variações, que gozou de uma intensa cobertura mediática e tem sido um êxito editorial.»

É pois de todos nós que vamos falar hoje, do quanto nos revemos ou não neste país cada vez mais light, mais pintado a cor-de-rosa e de floribelas cantantes no quintal. Digam de vossa justiça via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue.

A partir das 19, com os rosadinhos Fernando Alvim e Xana Alves.

quinta-feira, maio 17, 2007

Mais coisa menos coisa



A pontualidade é bem mais que uma questão de delicadeza - no limite, pode implicar profundas alterações sociais. Que o digam os nossos convidados, Eurico Nobre e Clive Bennett, da AESE e da Ad Capita , que fizeram um estudo sobre ela - ou melhor, sobre a falta dela - e sobre os seus impactos na economia.

A título de exemplo, imaginem um funcionário de determinada empresa a quem, como penalização por chegar constantemente atrasado, é retirada a mousse de chocolate do menu do almoço da cantina, quando ele, em situação normal, podia escolher entre ela e a salada de frutas - obrigando-o, assim, a ficar sempre com a salada de frutas.

Ora, ao fim de uma semana, qualquer pessoa enjoa tanto ananás de lata, maçã, banana e vá lá que um morango, cortado em irritantes bocadinhos. Vai daí, o funcionário torna-se insatisfeito e começa a boicotar os produtos que lhe passam pelas mãos, provocando, a médio prazo, chuvas de reclamações dos clientes que, consequentemente, resultarão na perda de credibilidade da empresa no meio - o que a leva a prejuízos imensos e a despedimentos colectivos, lançando pessoas no desemprego que, desesperadas, se juntam a incendiar citroens, renaults e peugeots.

Será o problema da pontualidade um exclusivo nacional, ou toca a todos os países? Será a pontualidade britânica um facto ou um mito? E vocês?, como se dão com o vosso amigo de duas patas (refiro-me ao relógio)? Será a pontualidade também uma questão de educação?, quer dizer, quem chega por hábito atrasado aos encontros lúdicos e lúbricos, também tende a atrasar-se no emprego? Ou é perfeitamente possível, nos últimos dez anos, um indivíduo ter assistido invariavelmente só às segundas partes dos filmes que se propõe ir ver ao cinema («hoje é um muito bom, hoje vou chegar a horas, juro»), e ser uma jóia de moço no emprego, sempre ali certinho que nem o trânsito intestinal da secretária que se encharca de bífidos activos todas as manhãs? Hum?

O telefone é o 800 25 33 33 e há também a caixa de comentários do blogue. Pronto. A partir das 19, com Fernando Alvim e Xana Alves. Eu disse 19 e não 19:05. Vamos lá ver se a gente não tem que se zangar.

quarta-feira, maio 16, 2007

Passatempo Creamfield Cartão Jovem Movijovem

A equipa da Prova Oral já escolheu os 2 comentários que serão premiados com outros tantos bilhetes para Festival Creamfield - com o patrocínio do Cartão Jovem Movijovem . São eles:

1) O moço que assina como famel, não só pela citação curiosíssima que partilhou connosco, «Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para satisfação dos habitantes», mas também por ter trazido à baila essa figura tão idiossincrática da política portuguesa que é o Presidente da Junta.

2) O caro Morgadão que nos trouxe mais um clássico made in Madeira, a propósito da chuvada que assolou um comício de Alberto João Jardim: «É para todos verem, quem é aqui o manda chuva!»

Pronto. Façam favor de entrar em contacto com a produção para receberem os bilhetes. Os mails estão lá em cima.

Pela boca morre o peixe



O nosso convidado, João Pombeiro é editor da Notícias Sábado, suplemento de Sábado do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias. Nasceu em Évora em Agosto de 1978, mas foi em Lisboa que se licenciou em Comunicação Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Entre 2000 e 2001, foi jornalista na produtora Companhia de Ideias, tendo transitado em 2002 para a revista Grande Reportagem, onde exerceu o cargo de jornalista até ao ano de 2005.

Neste ano da graça de 2007 resolveu editar, sob a chancela da Guerra & Paz, o volume Pela Boca Morre o Peixe , que é uma compilação de ditos dos nossos queridos políticos, uns mais espirituosos, outros mais sonsos, outros ainda reveladores da escandalosa falta de jeito para prever o futuro, proferindo sentenças que a realidade, a seu tempo, veio contradizer - como por exemplo este, do nosso Primeiro, José Sócrates, em 2000, quando ainda era ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território:

«Engenheiro José Sócrates, vamos vê-lo, um dia, primeiro-ministro?»
«Não! Primeiro, porque não tenho o talento e as qualidades que um primeiro-ministro deve ter. Segundo, porque ser primeiro-ministro é ter uma vida na dependência mais absoluta de tudo, sem ter tempo para mais nada. É uma vida horrível e que eu não desejo. Ministro é o meu limite.»


ou este, de Marques Mendes, em 1999:

«Tem esperanças de um dia passar a ser o número um [do PSD]?»
«Não! Nem pensar! Essa perspectiva está completamente fora do meu horizonte.»
«Por que o diz de forma tão determinada?»
«Porque não tenho qualquer tipo de dúvidas. Tenho noção das minhas qualidades e das minhas limitações.»


ou este, de Pinto Balsemão, em 1980, quando era adjunto do Primeiro Ministro:

«Penso que Mugabe é uma pessoa com os pés assentes na terra, senhor de um grande pragmatismo.»


Tinha razão, não tinha? Agora um exemplo da arte inimitável que o nosso ex-presidente da república, Jorge Sampaio, tem de falar de modo a que ninguém o entenda:

«Não é justo nem razoável que persistam enviesamentos masculinocêntricos tão acentuados nas questões políticas agendáveis.»


Bonito, não é? Segue-se uma tirada espirituosa de Santana Lopes:

«Não sou Maria-vai-com-as-outras, mas gosto imenso que elas venham comigo.»


Avelino Ferreira Torres, inconfundível, corria o ano de 2003:

«Quem pensa que há promiscuidade entre a política e o futebol é um estúpido.»


O famoso pragmatismo de Mário Soares, em 1999:

«É preciso continuar a sacar dinheiro da Europa.»


Ora nem mais. A religiosidade fervorosa de Paulo Portas, em 2003:

«Sei que o senhor não é crente, mas tenho as provas irrefutáveis, racionais, positivistas de que Nossa Senhora existe. Que é portuguesa. E que é de Fátima.»


seguido do apocalíptico Alberto João Jardim, em 2001:

«Eu sou o princípio e o fim. A vida. Tal como nos Evangelhos.»


Por fim, para verem bem do que nos livrámos, o visionário Otelo Saraiva de Carvalho:

«Tenho falta de estrutura política, se tivesse essa cultura, que não tenho, poderia ter sido um Fidel Castro da Europa.»


À disposição, o 800 25 33 33 e a caixa de comentários do blogue, para que nos dêem exemplos como estes, provas irrefutáveis de que, de facto, pela boca morre o peixe e que às vezes estar calado é um acto supremo de sabedoria: podem ser ditos do presidente da junta aí do sítio, de figuras públicas com quem tenham tropeçado nas entrevistas dos jornais e até sentenças familiares - coisas que os vossos avós diziam e que tinham graça ou que raiavam o surrealismo.

A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado.

terça-feira, maio 15, 2007

Libertem o Tema



Hoje é dia de Tema Livre e, como já é tradição nos dias assim de Prova Oral, vamos todos dar à taramela como se não houvesse amanhã. E temos a actualidade toda à mercê: folheiem os jornais, visitem os sites informativos e escolham os temas que mais vos preocupam ou emocionam, dos mais sérios – como é o caso do desaparecimento da pequena Maddie, do circo mediático à volta, do trabalho das polícias envolvidas, as vossas expectativas sobre um final ainda feliz para a tragédia que é sempre o desaparecimento de uma criança –; a outros menos sérios, como o campeonato da primeira liga, que chega à última jornada com três hipóteses de vencedor.

Podem também falar do último filme que foram ver, da última viagem que fizeram, das viagens que gostariam de fazer, agora que se aproxima o período de férias de muita gente, das obras municipais, das eleições para a câmara de Lisboa, da vitória esmagadora de Alberto João Jardim, do reumatismo, da sinusite, do aquecimento global e consequentes ondas de calor previstas – e o mais que vos aflorar o pensamento.

Cá estará o 800 25 33 33 e a caixa de comentários do blogue à vossa espera. A partir das 19, com Fernando Alvim.

segunda-feira, maio 14, 2007

mapmyname



João Ribeiro e Sérgio Veiga são dois estudantes da Universidade de Aveiro, do curso de Engenharia de Computadores e Telemática – que cismaram em querer saber quantos cibernautas somos e de onde acedemos à internet. Para isso criaram o mapmyname , em que convidam cada cibernauta a dar conta de si.

Vão estar hoje connosco na Prova Oral e com eles vamos falar deste projecto específico, do que esteve na sua origem, das ferramentas e apoios que tiveram, da adesão dos cibernautas - e sobretudo da importância dos dados que tentam recolher.

De vocês aí em casa, gostaríamos de saber como a internet se instalou no vosso quotidiano, que uso fazem dela e de que forma modificou os vossos hábitos de convivência social. Podem igualmente, claro, fazer perguntas aos nossos convidados. À disposição, o 800 25 33 33 e a caixa de comentários do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim.

sexta-feira, maio 11, 2007

Éeeeeferreaaaaaaaaaaa



Hoje, a emissão da Prova Oral, será especialíssima, feita a partir da Rádio Universitária de Coimbra ( RUC para os amigos), neste que é o último dia da Quima das Fitas de 2007.

Vamos, portanto, fazer um balanço da queima, os melhores concertos, os momentos mais marcantes, a evolução das queimas ao longo deste anos - e para isso contamos com a participação de todos os que por lá andam ou que por lá andaram e nos queiram contar como foi: o telefone é o 800 25 33 33, já sabem, e podem também deixar mensagens na caixa de comentários.

E para além de estarmos em Coimbra, estamos numa rádio universitária, com todas as particularidades que estas rádios têm no panorama do nosso país: o que distingue uma rádio universitária das outras rádios?, que linhas editoriais devem seguir?, que compromissos devem ter com a universidade e o público universitário? Mais uma vez, gostaríamos de ter comentários e opiniões não só de quem as ouve, mas também de quem as faz - por isso, radialistas, telefonai, comentai, que cá estaremos para vos ouvir e para vos ler, a partir da 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.

Resultados do passatempo Luso Expedição 2007

E eis que, após aturada reflexão - uma ou outra troca de argumentos mais emotiva, é verdade, um ou outro aperto amigável de pescoço, confessamos -, a equipa da Prova Oral elegeu o grande vencedor do não menos grande passatempo Luso Expedição 2007. Trata-se do João Miguel, autor da foto que se segue:



e que, graças a ela vai receber o cobiçado prémio de 20 dias nos Açores na companhia da Luso Expedição 2007.

Seguem-se as menções honrosas (não há prémio, mas há o nosso infinito apreço):

2º lugar: João Gouveia


3º lugar: Ronaldo Fonseca


4º lugar: Filipa Ferreira


5º lugar: Carla Valverde


Pronto. A todos os participantes o nosso obrigado - e continuem atentos, que mais passatempos virão.

quinta-feira, maio 10, 2007

«Augusto! Há quanto tempo! Estás mais novo, pá!»



O convidado de hoje é o Dr. Luís Romariz, do Instituto New Age e com ele vamos falar, não só de rejuvenescimento, mas sobretudo do conceito de envelhecer bem. Diz-nos o portal do sítio do Instituto New Age:

«Age Management Medicine (AMM) é uma nova e excitante especialidade médica dedicada á ciência do envelhecimento. AMM enfatiza a promoção da saúde sobre o tratamento da doença. A prática médica tradicional baseia-se em “reparar a avaria” ou “diagnosticar e tratar”. Por outro lado a AMM centra-se na prevenção e no bem-estar, tendo como objectivo uma vida mais dinâmica. Para tal utiliza as estratégias científicas do Século 21, que aumentam a longevidade, a qualidade de vida e a saúde. Estas estratégias incluem a promoção de programas específicos de nutrição e de exercício, desenhados para diminuir a gordura corporal, aumentar a força e a massa musculares, reduzir o risco e os factores de doença, e melhorar a boa forma cardiovascular. Os níveis de hormonas e outros biomarcadores do envelhecimento essenciais á saúde e á juventude, são monitorizados e modulados para níveis que provaram conclusivamente aumentar a longevidade, a saúde e a vitalidade.»

E quando o desejo de rejuvenescer, ou de envelhecer saudavelmente e manter a qualidade de vida durante toda a vida, passa de uma opção saudável e gratificante para uma obsessão?

800 25 33 33 e caixa de comentários do blogue – para perguntarem tudo o que quiserem sobre envelhecimento, rejuvenescimento; as boas e más práticas clínicas, as boas e más posturas pessoais perante a inevitabilidade dos anos. A partir com o menino e moço Fernando Alvim e a menina moça Marisa Jamaica.

quarta-feira, maio 09, 2007

Economia, meu amor



Para hoje, estávamos indecisos entre falar de Sexo ou de Economia, às voltas, a perguntar uns aos outros «como é?, convidamos o John Holmes ou o Pedro Arroja?» As opiniões dividiram-se, mas no fim ganhou o Pedro Arroja e vamos mesmo falar de Economia.

Sobre o nosso convidado: Pedro Arroja é um conceituadíssimo consultor financeiro e um liberal convicto, a quem muito pouca gente fica indiferente - por concordarem ou por discordarem dele; veja-se, a título de exemplo, os seus posts e sequentes comentários dos leitores no Blasfémias, blogue de que, até há bem pouco tempo, Pedro Arroja fazia parte.

Como estamos de economês? Será uma OPA um Epá sem pastilha?; o Spread uma marca de preservativos rápidos (ah, afinal sempre falamos de sexo)?; o Split o namorado da Lassie?; a Joint-Venture uma agência de viagens?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa do blogue, a partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado - e não pagam mais por isso.

PS: Não se esqueçam que continua a decorrer o passatempo Luso Expedição 2007 e que só têm até quinta-feira de manhã para enviar as vossas magníficas e originalíssimas fotos aquáticas domésticas (leiam o post de ontem que está lá tudo explicadinho). O mail para onde devem enviar as fotos é o provaoral@programas.rdp.pt. Boa sorte.

terça-feira, maio 08, 2007

A Prova Oral vai ao fundo com a Luso Expedição 2007


Paul Klee, The Golden Fish

O nosso convidado de hoje, Gonçalo Calado, é Biólogo Marinho (actualmente Professor Auxiliar na Licenciatura em Biologia na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa) e faz parte da equipa de coordenação científica da LusoExpedição 2007.

«A Lusoexpedição 2007 é uma missão científica cujo o objectivo principal é a recolha de organismos marinhos no Oceano Atlântico. Se na edição anterior desta campanha o objectivo de caracterizar os cumes do Ormonde e Gettysburg do Banco do Gorringe foi amplamente cumprido, este ano, as recolhas serão realizadas prioritariamente nos ilhéus das Formigas e no Banco de Dollabarat, com a posibilidade de visitar ainda o Banco D. João de Castro caso as condições atmosféricas e o estado do mar o permitam. À semelhança da edição anterior, a LusoExpedição 2007 será realizada com a colaboração de investigadores de diversas Universidades: Universidade Lusófona, Universidade dos Açores, Universidade do Algarve e Universidade do Porto (embora se possam ainda juntar outras Universidades a este projecto). Estes investigadores formam uma equipa multidisciplinar que inclui biólogos especialistas em algas, em vertebrados e invertebrados marinhos e físicos especialistas em oceanografia marinha. Este projecto pretende testar diversas hipóteses relacionadas com a evolução e dispersão a longo prazo da fauna e flora marinhas do Atlântico Nordeste, mais concretamente: 1) Como actuaram estes montes submarinos no passado e como actuam agora? Como pontos de passagem ou como refúgios intermédios na dispersão de longa distância? 2) Estarão as populações marinhas ali existentes geneticamente isoladas das de Portugal continental, Madeira e Açores?»

O professor Gonçalo Calado explicar-nos-á tudo isto, falará da importância não só científica destas expedições, mas também do seu lado pedagógico e da importância que têm para a construção da excelência das universidades - quando a preocupação é o saber e não a fabricação em série de canudos.

Associado a este tema, vamos ter um passatempo com um prémio do caraças: nada mais nada menos que 20 dias nos Açores na companhia da equipa da Luso Expedição 2007.

E para isso, o que é que têm que fazer? Enviar-nos um conjunto (duas, três ou mais) de fotografias aquáticas que podem muito bem ser domésticas: o vosso chuveiro; o bidé aí da casa; os fungos libertando-se gentilmente de entre os dedos dos vossos pés quando, findo o dia, os lavam na vossa bacia preferida, aquela que tem a imagem do patinhas; o bolor da parede húmida da cave que forma uma cópia exacta, sem tirar nem pôr - mas mesmo mesmo igualzinho - d'«A Ronda da Noite» do Rembrandt; o copo com a dentadura da avó mergulhada; o sabonete em fuga desenfreada pela banheira enquanto vocês, tubarões - com banda sonora e tudo -, impiedosos o perseguem para esfregar os sovacos; e por aí adiante: sejam criativos e originais, porque isso vai pesar muito na nossa escolha e o prémio vale muito o esforço. Além do mais, têm que se despachar: as fotos devem ser enviadas para o mail da Prova Oral (provaoral@programas.rdp.pt) até 5a feira de manhã.

Na emissão de hoje daremos mais pormenores e esclareceremos eventuais dúvidas - que podem colocar via 800 25 33 33 ou na caixa de comentários do blogue, que a gente lê. A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado.

segunda-feira, maio 07, 2007

Mundo Mix PT


«The Poppers», uma das bandas que vão animar o Mundo Mix

«O Mundo Mix PT, ponto de encontro de novos talentos da cultura urbana, volta para mais uma edição em Lisboa. Nos próximos dias 12 e 13 de Maio - sábado e domingo, o Castelo de S. Jorge vai ser palco deste “concentrado de novos talentos” nas áreas do design, música, moda, ilustração, fotografia, cinema e multimédia. Criatividade, compras originais, animação e solidariedade são presenças confirmadas neste Mundo Mix PT. A entrada é gratuita!

CRIATIVIDADE E COMPRAS ORIGINAIS
Na sua 13ª edição, o Mundo Mix PT vai trazer ao Castelo de S. Jorge, entre as 14H e as 22H, mais de 100 participantes, dos quais a grande maioria são novos talentos em diferentes áreas criativas - acessórios, moda, joalharia, decoração, pintura, ilustrações, fotografia, e até mesmo pranchas de surf - que encontram aqui uma oportunidade única e original para promoverem e comercializarem as suas obras. Os restantes são referências da cultura urbana como é o caso de ArtLusa, Uma Casa Portuguesa Chilli Beans, Crocs, Eastpack, Timezone, e Storytailors, entre outros.

2manytshirts, Banho Mania, Estados de Alma, Ideias a Metro, Katsastrophic, Kookalicious, Maria Alfazema, Lomografia, Os Amigos do Monstro, Pura Perda, Rosa Alface, HippyChic, SaraColoridos, Senhor de Si, Sete Ciganos e Doze Caracois, Zafu E Futon e Zencentric As marcas presentes na edição de Lisboa do Mundo Mix PT são algumas das marcas de novos talentos portugueses presentes nesta edição do Mundo Mix PT.

E como o Mundo Mix PT não se esgota nas suas quatro edições, a PT deu aos expositores a oportunidade de receberam formação, dando-lhes as ferramentas necessárias para promoverem os seus trabalhos através dos Blogs do SAPO e, assim, verem o seu talento reconhecido em todo o mundo. Esta iniciativa foi aceite por toda a comunidade, permitindo difundir os novos talentos portugueses.

CRIATIVIDADE E ANIMAÇÃO
Para além nos novos talentos, o Mundo Mix PT inclui ainda música e cinema. O “Palco Antena 3”, vai contar com actuações de 3 bandas nacionais - The Poppers, DaPunkSportif e Tchakare Kanyembe, também elas novos talentos da música. Os sons afrobeat dos Tchakare Kanyembe enchem o castelo no sábado a partir das 18h00. DaPunkSportif e The Poppers sobem ao “palco Antena 3” no domingo às 18h00 e às 19H, respectivamente.
Para além destas actuações ao vivo, o ambiente vai estar sempre muito animado por Xana Guerra que promete por o Castelo ao rubro a partir da sua “Cabine DJ Metro”.
No que respeita ao cinema, a “Caixa de Cinema” é um espaço para projecção de curtas-metragens produzidas por jovens talentos nacionais Também o “Mini Mix” vai voltar ao evento, uma área lúdica dedicada às crianças. E aos pais dessas crianças.

CRIATIVIDADE E SOLIDARIEDADE
Uma das novidades para 2007 é a edição do CD coordenado por Xana Guerra, a DJ oficial do Mundo Mix PT. Este CD, que se vai chamar “Mundo Mix PT: Mercado” vai estar à venda nas quatro edições de 2007 do Mundo Mix PT por 5€, valor que reverte na íntegra para a Operação Nariz Vermelho, equipas de Doutores Palhaços que animam as crianças de várias pediatrias de hospitais em Portugal.

PERSONALIDADES MUNDO MIX PT
Para 2007, a organização identificou em Catarina Portas e em Manuel Alves e duas personalidades que representam a cultura Mundo Mix PT pelo seu papel inovador, mentes criativas e empreendedorismo. Estas duas personalidades vão ser presença obrigatória no Mundo Mix PT, estando particularmente atentas aos mais jovens talentos.

CASOS DE SUCESSO MUNDO MIX PT
Realizado em Portugal desde 2003, e contando já com mais de 200 mil visitantes, o Mundo Mix PT revelou já alguns casos de sucesso. Oioai, Ricardo Preto e StoryTailors são exemplos de talentos actualmente firmados nas suas áreas que tiveram no Mundo Mix PT um motor de arranque das suas carreiras.»

De notar que o Mundo Mix, depois de Lisboa, andará pelo Algarve em Agosto (2 e 3), por Cascais em Setembro (29 e 30) e pelo Porto em Novembro (24 e 25).

Para conversar sobre o evento, estarão connosco Beto Lago, que foi quem trouxe o Mundo Mix para Portugal, Maria João Lopes, responsável pela sua realização e Catarina Portas e Manuel Alves, que andam por esses microfones fora a dar a voz para o promover.

Eventos deste género interessam-vos?; já foram ao Mundo Mix em edições anteriores?; tencionam ir a esta?; que entendem como «cultura urbana» (são as couves e as nabiças plantadas nos separadores das faixas de rodagem)?; trocariam o quadro do menino da lágrima, que têm orgulhosamente pendurado na parede da sala, por um outro menos comovente, menos tocante, comprado numa feira deste género? Digam-nos tudo, para o 800 25 33 33 ou para a caixa de comentários do blogue.

A partir das 19, com os urbanamente mui cultos Fernando Alvim e Cátia Simão.

sexta-feira, maio 04, 2007

Venham daí esses ossos



«A exposição O Corpo Humano como nunca o viu… - edição portuguesa de “Bodies - The Exhibition” - chega pela primeira vez a Portugal, abrindo as portas ao público já no próximo Sábado, dia 5 de Maio, no Palácio dos Condes do Restelo, no nº 42 da Rua da Escola Politécnica. Depois de já ter passado por cidades como Nova Iorque, Washington, Amesterdão, S. Paulo, Londres, Miami, Seattle, Las Vegas e Durham, onde mais de 3 milhões de pessoas tiveram oportunidade de ficar a conhecer tudo sobre a anatomia humana, é a vez de Lisboa receber esta famosa exposição.

Com um objectivo pedagógico e social, O Corpo Humano como nunca o viu… mostra o corpo humano através de espécimes reais preservados através de um processo inovador de polimerização. Desta forma, é possível mostrar detalhadamente a fisionomia do corpo humano, dos seus sistemas e órgãos, como nunca foram vistos pela maioria das pessoas.

Destinado a pessoas de todas as idades, O Corpo Humano como nunca o viu… mostra o corpo humano tal como ele é em todas as suas dimensões, permitindo, dessa forma, que as pessoas se consciencializem sobre o seu próprio corpo e o respeitem, potenciando a adopção de estilos de vida mais saudáveis e uma melhoria da sua qualidade de vida.

No total, vão estar patentes 17 corpos humanos e 250 fragmentos e órgãos organizados por 9 galerias temáticas: Esqueleto, Sistema Muscular, Sistema Nervoso, Sistema Respiratório, Sistema Digestivo, Sistema Urinário, Sistema Circulatório, Sistema Reprodutor e O Corpo Tratado.

Segundo declarações do Dr. Roy Glover, Presidente do Conselho Médico e Científico Internacional, “esta exposição trata da vida. Foi projectada, não só para ajudar os nossos visitantes a entenderem melhor o funcionamento do seu corpo, como também para lhes fornecer informações e encorajá-los a considerar melhores estilos de vida e hábitos mais saudáveis.”

O Presidente da Comissão Científica Nacional, Professor Doutor Francisco José de Castro e Sousa considera que “esta exposição exibe corpos humanos reais com um elevado rigor científico e total dignidade, permitindo revelar a complexidade e a beleza intrínsecas a todos nós. Enquanto cirurgião, acompanho todos os dias casos de doenças que são consequência de comportamentos pouco saudáveis. Acredito que esta exposição contribua para sensibilizar positivamente as pessoas, levando-as a alterar esses comportamentos.”»

É pois do nosso corpinho que vamos falar hoje, com a presença de José Cardoso, organizador da exposição O Corpo Humano como nunca o viu… que embora o intuito educacional da coisa, está a causar alguma polémica por os modelos utilizados serem de cadáveres reais - polémica essa a que o próprio José Cardoso já respondeu, dizendo que «Se é chocante, nós somos chocantes. Porque o que estamos a mostrar aqui somos nós próprios».

E enquanto pensam nos comentários geniais e nas perguntas espirituosas a fazer, via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue, tomem lá uma série de pequenas grandes curiosidades:

Sabia que…
Um ser humano perde em média 40 a 100 fios de cabelo por dia.
Um espirro pode ultrapassar os 160 quilómetros por hora.
Cada vez que lambemos um selo, consumimos um décimo de uma caloria.
Os ossos do esqueleto juntam-se em mais de 100 articulações, dando ao corpo uma mobilidade notável.
A forma convexa e a camada interna esponjosa dos nossos ossos cranianos criam uma protecção para o cérebro.
Os bebés têm 300 ossos; os adultos têm 206.
O cóccix, na base da nossa espinha, é tudo o que nos resta das caudas dos nossos antepassados.
Os ossos das crianças crescem mais rapidamente durante a Primavera.
O tecido Muscular cardíaco contrai para fazer bater o coração.
A língua é composta por 16 músculos individuais.
Os músculos do coração criam pressão suficiente para esguichar sangue a mais de 9 metros.
Os mais pequenos músculos do corpo encontram-se nas orelhas.
Os músculos produzem calor para manter a temperatura corporal.
Os cérebros das raparigas constituem 2,5 por cento do peso corporal. Os cérebros dos rapazes constituem 2 por cento.
Cada neurónio tem muitas dentrites, ou ramificações, que o ligam a milhares de outros neurónios.
O coração é um músculo com duas câmaras que bombeia o sangue para todas as zonas do corpo.
Existem 96 mil quilómetros de vasos sanguíneos no corpo humano.
Quando chegamos aos 70 anos, já respirámos pelo menos 600 milhões de vezes.
Em média, um maço de cigarros retira-lhe duas horas e vinte minutos de vida.
As papilas são os altos na língua que contêm as papilas gustativas.
O aparelho digestivo desfaz a comida que ingerimos e converte-a nos nutrientes que utilizamos como combustível.
O espermatozóide masculino é a célula mais pequena do corpo; o óvulo feminino é a maior.
Os rins filtram as impurezas do sangue a uma taxa de cerca de 57 litros por hora.
O coração de um embrião começa a bater durante a terceira semana.


A partir da 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica, em corpo e alma.

quinta-feira, maio 03, 2007

O Indie em balanço na Prova Oral



«O IndieLisboa é um local privilegiado para a descoberta de novos autores e tendências do cinema mundial e integra uma competição de longas e curtas metragens de novos realizadores. Mantendo o seu foco na criatividade e independência dos autores, em apenas três anos o IndieLisboa é já reconhecido como um dos mais importantes festivais de cinema em Portugal.»

A edição deste ano aconteceu entre 19 e 29 do mês passado e hoje, na Prova Oral, com Rui Pereira, um dos organizadores, vamos fazer um pequeno balanço do festival.

Qual a importância destes festivais no alargamento dos circuitos do cinema independente, e consequente criação de mais públicos? E nestes três anos de IndieLisboa, o público tem realmente crescido, ou são sempre os mesmos a encher as salas de projecção? Estará, de alguma forma, a revolução digital, um certo embaratecimento dos meios de produção e o aparecimento de novos canais de divulgação, youtubes e afins, a mudar os caminhos do cinema independente?

Linha aberta - 800 25 33 33 e caixa de comentários do blog -, para o público do festival que nos queira falar de algum filme que vos tenha marcado particularmente; e para todos os interessados pela sétima arte que queiram partilhar algumas ideias connosco.

A partir da 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

quarta-feira, maio 02, 2007

Every Lidl Thing



E agora para algo completamente diferente, o convidado é Nuno Costa Santos. Um currículo invejável ou, como diria a minha nonagenária vizinha do segundo esquerdo, «tão novinho e já tão metido nestas coisas»: Nuno Costa Santos tem 32 anos, é jornalista, guionista, humorista e escritor. Escreveu os livros “Dez Regressos” (narrativas), “Os Dias Não Estão para Isso” (poesia) e “O Inferno do Condomínio” (humor). Colaborou com a Grande Reportagem, o DNA, a Ler, o Inimigo Público, A Capital, o Açoriano Oriental, etc. Escreve sobre música para a revista Atlântico. É autor da peça “O Assobio da Cobra”, co-autor de “Stand-Up Tragedy” e “Portugal, uma Comédia Musical” e co-fundador de “Manobras de Diversão”. Participou nas duas edições do projecto Urgências (2004 e 2006). Trabalha para o Rádio Clube Português. É autor, nesta mesma estação, da rubrica “Fim da Linha” e do magazine de domingo “Loja do Chinês”. Foi co-autor de “Portugalex”, da Antena 1. Na televisão, foi criativo e actor no programa Zapping e editor de Serviço Público e O Trabalho, da RTP 2. É casado, pai de dois filhos e, tendo crescido nos Açores, vive num terceiro andar em Lisboa.»

E a propósito do seu mais recente livro, Melancómico, editado pela Guerra & Paz, inaugurando uma colecção de parceria com as Produções Fictícias, diz-nos a nota de imprensa:

«É um livro, mas já foi um blogue. Vai ser rádio, se calhar televisão, mas definitivamente é - tinha que ser - um livro. É um livro inexplicável tão original como o seu título indica: Melancómico. O seu autor é Nuno Costa Santos. Ele escreveu uma colecção de aforismos surpreendentes e irresistíveis. Com a ajuda da Dona Bina e do Márcio, personagens que saíram, já vestidos e armados para a guerra das palavras, inteirinhos da sua cabeça. A partir de agora só não tem resposta para tudo quem não ler este livro. Melancómico é, antes de mais, uma disposição do espírito - uma forma de estar e olhar as coisas, algures entre a propensão para a angústia e o exercício de a combater por um esforço criativo e de imaginação. O melancómico é também uma personagem. As figuras que a rodeiam e o bairro que habitam. As suas obsessões quotidianas e os sacos do Lidl que transporta. Também nas palavras, o melancómico gasta pouco. As suas frases são curtas, de acordo com este tempo distraído. Existe no melancómico a vocação do aforismo - mas só daquele que possa ser citado ao balcão da pastelaria, enquanto se espera pelo bolo de arroz. Agora está (des)arrumado em livro e montado em pequenos filmes. Mas o melancómico começou por ser um blogue. Um bloco de notas virtual onde, durante um tempo, o autor foi registando pensamentos e histórias. Ao sabor da variação de humores e alergias.»

E diz Nuno Costa Santos: «Desde sempre que é assim. Há alguns humoristas a fazer a pose do melancólico. Mas o que há mais é melancólicos a fazer a pose do humorista.» Podemos começar por considerações gerais e transcendentes sobre se um humorista é, por vezes, um indivíduo de melancolia mais tenaz que o costume e que, por isso, sente necessidade de destilar humor para equilibrar o PH da alma; e partir para postas de pescada mais prosaicas, acerca do boom de blogues de humor e o consequente boom de livros de humor que têm chegado às livrarias: estamos bem de quantidade; mas e de qualidade?

Isto e tudo o que perguntarem via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.

terça-feira, maio 01, 2007

Verde é a cor dos teus olhos e dos meus recibos



Para a Prova Oral de hoje, 1 de Maio, nem de propósito - embora tenha sido mesmo de propósito, porque, citando Margarida Rebelo Pinto, «não há coincidências» (de resto, Einstein também tinha uma frase parecida, «Deus não joga aos dados», ou assim) -; mas, dizia eu, para a Prova Oral de hoje, nem de propósito poderíamos ter escolhido melhor tema: a praga dos Recibos Verdes, pior que a dos gafanhotos verdes ou das maçãs verdes (é que a primeira pode durar anos a fio, ao invés da segunda, que dura só uns dias - acaba-se a comida e a bicharada definha -; e da terceira, que é igualmente chata mas que se resolve com meia dúzia de corridas desenfreadas à casa-de-banho e uns sopros de pó-de-talco contra as assaduras).

E vamos falar de Recibos Verdes à boleia de um blogue que é um bom exemplo de bloguismo de causas, o FERVE, que quer dizer «Fartos/as d'Estes Recibos Verdes» e que logo em epígrafe se define como um «blog de um grupo de trabalho que pretende actuar em duas vertentes: 1) denunciar situações de uso abusivo de recibos verdes 2) promover um espaço de debate acerca desta realidade laboral, por forma a promover a mudança».

Os convidados serão dois dos ferventes, de seus nomes, André Soares e Cristina Andrade, que, no mesmo dia, antes da Prova Oral, terão participado também no MayDay, «um evento que pretende dar voz aos/às trabalhadores/as precários/as».

Portanto, reciboverdistas crónicos por esse país afora, uni-vos para dizer mal da vossa - como dizia o fado da Amália - precária forma de vida; contem-nos as experiências mais ou menos traumáticas que tiveram, injustiças a que tenham sido sujeitos, e também especulem sobre o futuro, sobre como deveriam ser as coisas se isto fosse tudo bons rapazes e boas raparigas. O telefone é o 800 25 33 33 e há caixa de comentários do blogue, a partir das 19, com o assalariado Fernando Alvim.